Jovem gay é espancado próximo a bosque e amigos denunciam homofobia

Um jovem gay de 23 anos, balconista de açougue de um supermercado, foi internado em estado grave após ser espancado na Cidade Industrial de Curitiba na noite desta quarta-feira (13). Dois amigos que estavam com ele, que também sofreram ferimentos, afirmam que o rapaz foi vítima de homofobia.

O caso aconteceu na Rua Maurício Miguel Nasser Abrão enquanto o trio caminhava até o Bosque do Trabalhador, onde pretendia passar o tempo. “Ele e mais um amigo foram tomar café na minha casa e decidimos ir juntos até o bosque, onde sempre passamos no nosso dia de folga”, comentou um jovem operador de caixa, que preferiu não se identificar, em entrevista à Banda B nesta quinta-feira (14).

Segundo ele, as coisas começaram a ficar estranhas quando um homem branco, careca e de olhos claros começou a encará-los. “Ele tinha características de ‘skinhead’ e ficou olhando para a gente, mas nós continuamos andando, com medo. Nisso, ele parou, começou a falar no celular e depois veio na nossa direção. Eu e outro amigo conseguimos entrar em um terreno baldio, mas o outro colega não, que acabou sendo agredido”, completou o rapaz, que também é gay.

O agressor deu uma cabeçada na vítima e começou a xingar o trio de “bichas”. “Como sou negro, ele me chamou de ‘bicha macaca’. Gritou ainda para a gente sair de lá, porque não era lugar para a gente”, comentou. Ainda de acordo com a testemunha, o suspeito seria morador da região e o pai dele saiu para a rua ao notar o tumulto. “Esse homem também agrediu o nosso amigo, que tentou se defender. Enquanto eu e o meu segundo colega corríamos para pedir ajuda, do nada apareceu um carro e mais quatro pessoas desceram dele”, comentou o operador de caixa.

Os ocupantes do veículo teriam ajudado os agressores a espancar a vítima, que foi socorrida ao Hospital do Trabalhador com muitos ferimentos na cabeça. O balconista continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Indignados com a situação, os amigos do rapaz registraram Boletim de Ocorrência (B.O.) na Polícia Civil, que investiga o caso. “Nós não fizemos nada e simplesmente fomos atacados dessa forma. Com certeza foi homofobia. Nós achamos que esse tipo de coisa nunca vai acontecer com a gente, mas, infelizmente, estamos errados”, finalizou. (Rádio Web CP com texto e informações da Banda B).

 

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